Será que a prática do Pilates no pós operatório de cirurgia de coluna pode trazer benefícios?
A cirurgia é uma medida necessária em diversos casos de problemas na coluna vertebral que não podem ser tratados com métodos não invasivos, como medicamentos ou fisioterapia.
Após a realização de uma cirurgia dessa natureza, surge a dúvida: o que pode ser feito para acelerar a recuperação e restaurar a mobilidade de forma segura e eficaz?
Nesse contexto, o Pilates tem ganhado cada vez mais destaque como uma abordagem eficiente na recuperação pós-operatória de cirurgia de coluna.
Neste artigo, falaremos mais sobre quando a cirurgia de coluna é indicada, quais as principais técnicas, como a recuperação do paciente costuma ocorrer e se o Pilates pode contribuir para a reabilitação!
Quando a cirurgia de coluna é indicada?
As cirurgias na coluna vertebral envolvem uma série de procedimentos especializados, que evoluíram consideravelmente ao longo dos anos.
Muitos são os receios dos pacientes em relação a estas cirurgias, mas elas são muito seguras e resolutivas, quando bem indicadas.
Antigamente, as intervenções eram mais invasivas, mas, com os avanços da medicina, surgiram técnicas mais modernas, como a cirurgia minimamente invasiva, que visa diminuir os danos ao corpo do paciente e promover uma recuperação mais rápida.
Diversos problemas podem levar à necessidade de uma cirurgia na coluna, entre eles:
- Hérnias de disco (cervicais, torácicas e lombares);
- Cistos facetários;
- Deformidades, como escoliose e cifose;
- Traumatismos raquimedulares, como fraturas e luxações;
- Estenose do canal vertebral (canal estreito);
- Infecções, como discite e osteomielite;
- Instabilidade e espondilolistese (escorregamento entre as vértebras);
- Tumores ósseos ou da medula espinhal;
- Doenças sistêmicas, como osteoporose que podem resultar em fraturas ósseas.
Essas condições podem ser tratadas por diferentes tipos de cirurgias, dependendo da gravidade e localização do problema.
Quais os principais tipos de cirurgia na coluna?
Alguns dos principais tipos de procedimentos incluem:
Endoscopia na coluna
A endoscopia de coluna é uma técnica minimamente invasiva que utiliza uma microcâmera para tratar doenças como hérnias de disco e estenose do canal vertebral.
Com pequenas incisões, o procedimento oferece alta precisão e menor risco, permitindo tratamentos rápidos e eficazes, especialmente em casos complexos, como hérnias na coluna torácica.
Vertebroplastia da coluna
Indicado para fraturas por compressão, a vertebroplastia é um procedimento minimamente invasivo onde um cimento cirúrgico é injetado na vértebra fraturada, proporcionando estabilidade e alívio da dor. A técnica é eficaz, especialmente em pacientes com osteoporose, recuperando a altura da vértebra afetada.
Cifoplastia da coluna
Semelhante à vertebroplastia, a cifoplastia também trata fraturas por compressão, mas inclui o uso de balões para criar um espaço na vértebra antes de injetar o cimento cirúrgico.
Isso ajuda a restaurar a altura da vértebra e estabilizar a fratura, oferecendo alívio da dor e correção da deformidade.
Cirurgia tubular
Utilizada para descompressão de nervos, essa técnica minimamente invasiva envolve o uso de pequenos tubos que permitem acesso preciso à área afetada, sem grandes incisões.
É comumente aplicada em casos de hérnias de disco e estenose de canal vertebral.
Artrodese ou fusão óssea
A artrodese é indicada para estabilizar a coluna, unindo vértebras afetadas por fraturas ou deformidades.
Utilizando enxertos ósseos ou implantes metálicos, o procedimento interrompe o movimento entre as vértebras, proporcionando estabilidade e alívio da dor. Pode ser realizado por diferentes vias de acesso, dependendo da área afetada.
Artroplastia cervical
A artroplastia cervical substitui o disco cervical danificado por uma prótese, mantendo a mobilidade do pescoço.
É indicada principalmente para pacientes jovens com boa mobilidade. Em casos mais graves, como fraturas, pode ser realizada uma corpectomia cervical, onde a vértebra danificada é removida e substituída por um enxerto ou prótese.
Esses procedimentos cirúrgicos variam de acordo com a gravidade da condição e as necessidades do paciente. As técnicas minimamente invasivas têm proporcionado ótimos resultados, com menor risco e recuperação mais rápida.
Como é a recuperação de uma cirurgia de coluna?
A recuperação após uma cirurgia de coluna varia de acordo com o tipo de procedimento realizado, a gravidade da condição e a saúde geral do paciente.
Por exemplo, uma discectomia (remoção de uma hérnia de disco), geralmente, exige um período de recuperação mais curto, de 6 a 8 semanas.
Já procedimentos, como laminectomias ou fusões vertebrais, podem exigir até 12 semanas para a cicatrização inicial, com a recuperação total podendo durar até um ano.
Fatores como a idade do paciente e seu estado físico prévio também influenciam a velocidade da recuperação.
Pacientes mais jovens e saudáveis podem retornar às atividades normais em um período menor, enquanto os com idade mais avançada podem precisar de mais tempo, especialmente se o procedimento envolveu a fixação de vértebras.
Controle da dor e cuidados pós-operatórios
Durante o pós-operatório, o controle da dor é uma prioridade.
O uso de analgésicos deve ser seguido conforme as orientações médicas e é importante tomar os medicamentos antes que a dor se intensifique, especialmente antes de atividades que exigem esforço.
Além disso, a área da incisão precisa ser cuidadosamente tratada. Trocar os curativos conforme as recomendações do cirurgião e manter a incisão seca nos primeiros dias é fundamental.
Caso haja sinais de infecção, como dor persistente, vermelhidão, febre ou secreção purulenta, o médico deve ser contatado imediatamente.
Qual o papel do pilates na recuperação pós-cirúrgica da coluna?

A reabilitação pós-cirúrgica é essencial para garantir uma recuperação completa e segura.
Aqui, a fisioterapia e terapia ocupacional são fundamentais, levando o paciente a executar atividades para fortalecer os músculos, melhorar a circulação, postura e flexibilidade.
Além disso, o Pilates tem se mostrado uma ferramenta poderosa na recuperação pós-operatória de cirurgias de coluna.
Essa prática de exercícios físicos tem o objetivo de fortalecer os músculos, melhorar a flexibilidade e a postura, além de restaurar a mobilidade da coluna.
O Pilates é baseado em movimentos controlados e eficientes, que visam a melhora do equilíbrio muscular e fortalecimento dos músculos das costas e abdômen, fundamentais para a estabilidade da coluna.
Diversos estudos demonstram que o Pilates é eficaz no alívio da dor, na recuperação da mobilidade e na prevenção de futuras lesões.
Uma pesquisa que avaliou a efetividade da reabilitação pós-cirúrgica após cirurgia de hérnia de disco lombar trouxe evidências de que adicionar exercícios de Pilates aos cuidados rotineiros pode melhorar a função imediatamente após a intervenção.
Os resultados demonstram que pacientes que praticaram Pilates após a cirurgia de coluna apresentaram uma recuperação mais rápida, menor dor e maior funcionalidade.
Quais os benefícios do Pilates após a cirurgia de coluna?
O Pilates, quando aplicado de forma supervisionada e individualizada, oferece vários benefícios para pacientes em recuperação de cirurgia de coluna:
Fortalecimento muscular
A prática de Pilates é excelente para fortalecer os músculos que sustentam a coluna, reduzindo o risco de novas lesões.
Restaurar a mobilidade
Exercícios específicos ajudam a melhorar a flexibilidade e a amplitude de movimento da coluna.
Melhora da postura
O Pilates foca na correção postural, essencial para quem passou por uma cirurgia de coluna e precisa evitar vícios posturais.
Alívio da dor
O controle da dor pode ser significativamente melhorado com o fortalecimento dos músculos e a prática de exercícios que liberam endorfinas, proporcionando alívio natural.
Quando iniciar o Pilates no pós-operatório?
O momento ideal para iniciar o Pilates após uma cirurgia de coluna depende do tipo de procedimento realizado, bem como da recuperação individual do paciente.
Em geral, é recomendável esperar que a cicatrização inicial da cirurgia esteja concluída, o que pode levar de 6 a 12 semanas. O cirurgião responsável pela cirurgia é o profissional mais indicado para avaliar cada caso e liberar o início da atividade.
Ressaltamos que o Pilates pode ser iniciado de forma gradual, com exercícios de baixo impacto, sempre sob a supervisão de um profissional qualificado.
Pilates supervisionado: a importância do acompanhamento profissional
É fundamental que a prática no pós-operatório seja supervisionada por um profissional especializado.
O acompanhamento de um instrutor certificado de Pilates, preferencialmente com experiência em reabilitação pós-cirúrgica, garante que os exercícios sejam realizados de maneira segura e eficaz.
Além disso, o profissional pode adaptar os exercícios às necessidades específicas de cada paciente, garantindo um progresso controlado e sem riscos.
Outro ponto fundamental é que a prática seja indicada pelo cirurgião responsável pelo paciente, que o acompanhará ao longo de toda sua jornada de reabilitação.
Então, caso você esteja planejando ou tenha realizado uma cirurgia de coluna, converse com seu médico a respeito desta possibilidade. Na Pilateria, estamos prontos para te atender e desenvolver um plano personalizado para seu quadro. Agende uma avaliação!